dimanche 29 juin 2008

Crise


Ele é bonitinho, ao menos trato-o com carinho. Há uma preocupação estética, embora está não seja a única. Os textos são escritos com cuidado e o conteúdo chega a ser cultural (não? Literatura, cinema, fotografia, claro, com um pouco de entretenimento). Porém, nada é o bastante. Nunca foi! Em quase 6 anos como blogueira tive no máximo uns 15 leitores (jamais ao mesmo tempo, que fique claro), todos amigos. Muitos elogiaram, por sinal, grande parte dos posts e ainda assim, o contador continua parado.
Na maior parte do tempo, não me importo, acho até bom. Todavia, quando minha auto-estima está a sete palmos, confesso, dá uma certa tristeza. Uma sensação de incapacidade. Demora um pouco para voltar ao raciocínio de que este é o MEU Universo Particular. Um presente para mim mesma. Turistas não deveriam (se quer) serem esperados. Então, para quê o drama?
Nada não, é que às vezes dá uma certa vontade de gritar. Isn’t it? Em particular quando uma prova sobre Marx, aplicada por uma professora sem a menor didática (leia-se disposição para REALMENTE ensinar almas suplicantes por explicações), a espera. Mas... vamos lá, c’est ma vie!

Ilustração: Bebel Callage

samedi 21 juin 2008

História em Lego

As pequenas e coloridas peças que se encaixam permitindo inúmeras combinações e seus bonequinhos típicos faziam o maior sucesso quando nasci, em 1982. Todavia, a criação do dinamarquês Ole Kirk Christiansen é bem mais antiga, data de 1930, quando surgiram em uma pequena empresa familiar. Somente em meados da década de 1950 o sistema Lego passou a ser fabricado em escala industrial em plástico injetado.
Hoje é tratado como mais um dos ícones da cultura pop. Cultuado por quem já abandonou a infância há um bom tempo, viraram fonte de inspiração para os mais estranhos inventos, como a recriação de algumas fotografias que marcaram a nossa história, reproduzidas pelo britânico Mike Stimpson.

A foto de Joe Rosenthal, feita em 1945, com os soldados erguendo a bandeira em Iwo Jima foi uma das mais publicadas da história da fotografia.

O imortal conceito de “Momento Decisivo” de Henri Cartier Bresson: Behind the Gare Saint-Lazare, 1932.

E o Lunch Atop a Skyscrapper (Almoço no topo de um arranha-céu), de Charles Ebbets, feita em 1932, durante a construção do Rockefeller Center.

Também não poderia faltar Alfred Eisenstaedt e sua famosa foto do marinheiro beijando uma enfermeira no Dia da Vitória, na Times Square, em 1945, que marcou o fim da Segunda Guerra.

Nem os protestos na Praça da Paz Celestial, em 1989, fotografado por Jeff Widener.

Ou o austronauta Buzz Aldrin na superfície de Lua, em 1969, tirada pelo também austronauta Neil Armstrong. Você pode ainda acessar o Flickr do fotográfo e se divertir com o universo Jedi e outras fotos muito bacanas. Aproveite!

lundi 16 juin 2008

A exceção


Para toda regra uma exceção. E nesta a prova de que minha implicância com clássicos não é conseqüência de uma suposta falta de requinte intelectual, trata-se apenas de incompatibilidade. Do contrário não teria tanta satisfação ao ler O Retrato de Dorian Gray.
A incontestável genialidade de Oscar Wilde, ligada a uma espécie de Déjà vu, fizeram desta obra o meu éden noturno, nos primeiros dias do mês. A história da tela que envelhece enquanto o retratado nela conserva sua beleza fez parte de meu imaginário infantil. Não lembro onde, nem quando ou como ouvi essa narrativa. No entanto, bastou Dorian Gray enxergar-se na pintura de Basil Hallward e proferir o desejo de imutabilidade, ainda no começo do livro, para meus neurotrasmissores agirem. Lembrei-me imediatamente do desfecho da trama.
O enredo, porém, intrigava-me tanto quando a dúvida sobre onde poderia, eu, ter ouvido tal relato. Assim, toda a transcrição de Wilde, em particular os comentários ácidos de Lorde (Harry) Henry Wotton, foram degustados intensamente e as melhores frases copiadas para o meu caderno de anotações que, com prazer, compartilho, agora, com vocês! Pois, se de fato vivemos em um tempo em que as coisas desnecessárias são nossas únicas necessidades”, nada melhor do que um pouco de sarcasmo para driblar carências.

* “A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais”.
* “O apaixonado começa iludindo-se a si próprio e acaba enganando o outro”
* “Todos os caminhos vão chegar ao mesmo ponto: a desilusão".
* “As coisas de que temos certeza jamais são reais”.
* “Na incerteza é que está o encanto”.
* “A coisa mais comum, se [quando] a ocultamos é um deleite”.
* “O verdadeiro mistério do mundo é o visível, não o invisível”.

Ilustração: Moidsh

mardi 10 juin 2008

Chico Mendes, crime, castigo, Zuenir e eu!

Há fases em que estamos mais propensos às leituras, outras à escrita, assim como momentos nos quais se anseia ser lido ou ouvido, em oposição a outros quando queremos apenas nos entregar aos encantos alheios. E no meio disso, existe, também, aqueles dias em que se tem vontade de tudo, ainda que não se faça nada.
Nos últimos tempos tenho me dedicado à absorção de conhecimento, mais do que ao seu repasse. Resisti ao intuito de escrever, ainda que meus dedos coçassem, para não me desgastar com auto-críticas inúteis. Fiz milhares de textos mentais, sem escrever uma linha no papel ou digitar palavras em arquivos brancos do Word. Mas é impossível fugir para sempre. Meu bloguitcho clama por atualizações (apesar da falta de legentes). Então, cá estou para satisfazer meus anseios vãos e, quem sabe, com a ajuda de Zuenir Ventura, descolar algum novo leitor perdido nesta selva virtual.



A primeira vez em que coloquei meus olhos sobre o livro Chico Mendez: crime e castigo de Zuenir Ventura, ainda na homepage da Companhia das letras, pensei:
Embora este volume faça parte da minha coleção favorita (Jornalismo Literário) tenho medo dele. Estes assuntos factuais, que todos deveríamos saber, me fazem sentir ignorante demais e quase sempre são um pouco desgastantes, exigem concentração e dedicação em demasia.
Bastou, no entanto, ler a primeira página da obra para meus temores se dissiparem. Afinal, com um início como o que se segue, não há como não se encantar.

“No dia em que Chico Mendes ia morrer, 22 de dezembro de 1988, Ilzamar Mendes queria assistir à morte de Odete Roitman. Durante aqueles últimos oito meses, o Brasil parava às 8h30 da noite – 6h30 no Acre – para se revoltar com as maldades da megera sem escrúpulos e sem caráter que se transformara no símbolo de um país que terminava o ano com 900% de inflação, o naufrágio do Bateau Mouche e uma sensação de impunidade generalizada – um país do Vale Tudo, como sugeria o título da novela da TV Globo de que Odete era a vilã.
Se soubesse que a morte anunciada para aquela noite só iria ocorrer na verdade dois dias depois, quase na hora da ceia de Natal, Ilzamar não se apressaria tanto em interromper o jogo de dominó entre o marido Chico Mendes e os seus seguranças, o cabo Roldão e o Soldado Lucas” (pág. 15).


Assim fica fácil perceber a razão pela qual Zuenir fora contemplado com um Prêmio Esso de Jornalismo por essa reportagem, não? E no fim, como a obra é toda dividida em capítulos pequenos: com as matérias redigidas na época; diário de viagem e a seqüência de reportagens 15 anos depois, relatando a conclusão do caso do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes. Você acaba nem percebendo as horas que passou compenetrada na leitura. E, o melhor de tudo, sem a menor chance de se perder entre os fatos históricos. Ao contrário, você se diverte com a forma como ele conduz os relatos, como no trecho em que descreve a boa fama com mulheres e a virilidade do mandante do crime, então com 54 anos e 5 esposas, Darly Alvez da Silva:

“Baixo, esquelético, feio, cego de um olho, dentes ruins, uma úlcera e mau hálito, Darly aparentemente não ostenta qualquer atrativo físico. Aparentemente. Na realidade, todas as suas mulheres encontraram nessa inesperada síntese de Tanatos e Eros encobertos encantos para alimentar um irresistível fascínio” (pág. 153).

Ou ainda, com as anotações do seu diário, quando expõe as situações inusitadas pelas quais passou durante a reportagem.

"Diálogo com seu Aécio Silva, que seria o dono de um barco para alugar:

- O senhor teria um barco com motor para me levar com urgência ao seringal Nova Esperança?
- Teria.
- Que bom! Quanto custa?
- Mas eu não tenho, eu vendi o meu barco ontem.
- Mas o senhor disse que tinha!
- o senhor num perguntou se eu tinha, perguntou se eu teria. Eu disse que teria, num tenho.
Me senti em Portugal" (pág. 113).


Com certeza esse livro vale cada segundo da nossa atenção. Portanto, leiam-no!

Ilustração: Bebel Callage

lundi 2 juin 2008

Inevitável?

Tenho muita coisa a escrever, mas, por enquanto, deixo-lhes apenas uma canção, para praticar um pouco de espanhol!




Inevitable*

Si es cuestion de confesar
No se preparar cafe
Y no entiendo de futbol.

Creo que alguna vez fui infiel
Juego mal hasta el parkes
Y jamas uso reloj.

Y para ser mas franca
Nadie piensa en ti como lo hago yo
Aunque te de lo mismo.

Si es cuestion de confesar
Nunca duermo antes de diez
Ni me baño los domingos.

La verdad es que tambien
lloro una vez al mes
Sobre todo cuando hay frio.

Conmigo nada es facil
Ya debes saber, me conoces bien.
(y sin ti todo es tan aburrido)

CORO:
El cielo esta cansado
Ya de ver la lluvia caer.
Y cada día que pasa
Es uno más parecido a ayer.
No encuentro forma alguna de olvidarte
Porque seguir amandote es inevitable.

Siempre supe que es mejor
Cuando hay que hablar de dos
Empezar por uno mismo.

Ya sabras la situación
Aqui todo está peor
Pero al menos aun respiro.

No tienes que decirlo
No vas a volver, te conozco bien.
(ya buscaré que hacer conmigo)

CORO...

Siempre supe que es mejor
Cuando hay que hablar de dos
Empezar por uno mismo

* Composição: Shakira Mebarak





Ilustração: Daily Candy