mercredi 22 octobre 2008

Feche os olhos...

Shut Your Eyes - Shout Out Louds

Say yes
Don't say no
I'm ready now
And I want to go
But if I cry, cry, cry won't
So I'll die die die alone
I want to know
Please say it isn't so

It's now
And we're too late
There's no time for a debate
But if you swear you'll never leave
Then I promise you I'll be the one
Who stays there all along
So shut, shut, shut your eyes
It sounds so good right now
And it came as a big surprise

Stay true
Don't give up
You're starting now so please stay off
What if I shout, shout, shout my name
You'll always remember my name
I want to know
Please say it is so
So shut, shut, shut your eyes
It sounds so good right now
And it came as a big surprise

So shut, shut, shut your eyes
It sounds so good right now
And it came as a big surprise



Ilustração: Moidsch

lundi 13 octobre 2008

My precious

Meu PC pifou! Em plena sexta-feira à noite ele travou (o que não é nenhuma novidade em se tratando de Windows) e não iniciou mais. Tentei de tudo: abrir a partir da última configuração salva, em modo de segurança; fiz massagem cardíaca(sic), nada resolvia o problema. Não eram nem 11 horas da noite quando o infortúnio aconteceu. E eu, sozinha em casa, sem os aparatos necessários para um socorro apropriado, tive que me conformar com o estado de coma que ele, então, adquirira.
Foi deveras triste. Confesso que dormi no sofá. Não consegui ficar no quarto. Olhar para o computador, ali, parado, sem sinais de recuperação, era demais para mim.
Acordei, no sábado, desmotivada e reclamando com as paredes. Só quem já passou por desventura semelhante sabe o que (de verdade) significa isso.
Meu PC pifou e cortou meu contato com o mundo. Como iria me informar sobre o que ocorria no planeta, comunicar-me com amigos, colegas, conhecidos? Onde poderia rever vídeos do Youtube? Quem poderia me salvar (o Chapolin Colorado sabe arrumar computador?)? Por que parar agora? Quando o teria de volta, são e salvo, em minhas mãos? Um lead a responder!
Meu PC pifou e eu tinha uma porção de trabalhos a fazer: coisas por digitar, pesquisas para entregar, compromissos a combinar... Meu PC pifou e descobri que inexistem aparelhos de som em minha casa (só o rádio funciona no último remanescente). Meu PC pifou em um final de semana chuvoso, véspera do dia das crianças e com uma péssima programação na tevê. Meu PC pifou...
Desanimada, joguei-me no sofá e ali fiquei. Controle em punho, mudando de canal a procura de qualquer coisa que me fizesse esquecer (um pouco) aquilo.
Tan-tan, tan-tan-tan-tan, tan-tan-tan-tan, tan-tan-tan-tan, tananannn, tananannn, tananannn, tanan! Trilha de missão impossível é pouco para expressar o quão difícil isso seria. Pois, no Multishow, Carrie Bradshaw passava pelo mesmo drama.
Nos não fizemos backup (eu salvo algumas coisas, mas não tudo), nos não acreditamos que aquilo estivesse acontecendo com a gente, não agora, não assim. Todavia, ainda que eu não simpatize muito com Sex and the City, Carrie (Sarah Jessica Parker) é CARRIE. Ela não tinha um simples PC, tinha um Mac (Macintosh). Ela não estava sozinha em casa, estava com Aidan Shaw (John Corbett).

Parêntese aberto para falar de Aidan Shaw: o cara é o genro que qualquer mãe gostaria de ter. Amoroso, atencioso, carinhoso, gostoso, fofo, integro, respeitador, muuuuito paciente, lindo e todos os bons adjetivos possíveis que você possa encontrar, encaixam-se a personalidade do moço.
Eu não quero casar, mas eu casava com ele (se ele não fosse uma utopia ambulante). Parêntese fechado.

Na série, não era final de semana e ela pôde levar ao conserto o seu precioso notebook. E, mesmo que fosse, ela mora em New York (New York!) a cidade que não pára. Além disso, o ma-ra-vi-lho-so Aidan, vendo o desespero da moça, comprou um novo Mac pra ela, todo fofinho, achando que a deixaria feliz. Ledo engano, a pessoa surtou, brigou com ele dizendo que ela queria o Mac DELA, não um novo, etc e tal (pior que não posso criticá-la por isso. Também tenho problemas em aceitar presentes, favores e assemelhados). Como sempre, Aidan foi um gentleman e compreendeu a sua dor, pedindo, apenas, que deixasse que ele também tivesse importância em sua vida.
Já no mundo real, em Porto Alegre, eu tive que contar com a ajuda de minha querida amiga Lu e seu PC salvador. Aliás, devo a ela, também, o renascimento, das cinzas, do meu querido-salve-salve HDzinho, em um episódio de “além da imaginação”. Afinal, foi quando iria lhe mostrar a tela bizarra e colorida que aparecia sempre que eu tentava ligar a máquina, que pensei: só falta agora ele funcionar direitinho, só para contrariar!
Em seguida ocorreu-me um insight: se isso acontecesse, de verdade, seria a minha salvação. Então, lá estava eu... repetindo duas vezes a bendita frase, para que meu desejo se realizasse. Sim, milagres acontecem (basta repetir duas vezes o seu desejo). Minha fênix abriu os olhinhos e vôo lépida e fagueira pelo quarto, iluminando novamente meu mundinho, trazendo novos sons a minha vida e um happy end para um sábado a noite, no qual, tudo pode mudar.

Ilustração: Moidsch.

mardi 7 octobre 2008

Pausa

Três textos pela metade, um pseudo-poema semi-pronto, uma pontinha de vontade de postar e uma imensa gana de xingar meio mundo. Como meus leitores não merecem isso, vou me afastar. Estou cansada de reclamar. Preciso de um tempo para pensar. Colocar tudo em ordem e entender melhor este vazio. Tentarei não demorar.
Au revoir, à bientôt.


Vou-me Embora pra Pasárgada - Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.