dimanche 21 septembre 2008

Administração familiar

Eu arrisquei. Juro que me esforcei. Estava até com umas idéias interessantes, embora não tivesse decidido ainda qual a melhor forma para abordá-las. Mas a realidade está no meu encalço. Nem adianta tentar fugir para a literatura, pois, ela me persegue; me acompanha até nos momentos mais íntimos. Fica atiçando meus neurônios com seus orçamentos, metas e balanços, para que eu adicione um novo déficit ao meu cotidiano: o de atenção.
Admito que, no colégio, adorava matemática. No entanto, viver em meio aos números nunca fez minha cabeça. Agora, eles não saem dela. Em pouco tempo estarei sonhando com planilhas. Notinhas amarelas me arrepiam.
Quero mais C nos extratos bancários e menos D na vida. Sem esquecer, claro, de outrem para cuidar das contas. Administração familiar não é para mim. Formei-me em jornalismo, o currículo era outro.
Ok. Não tenho escapatória, não é? Ao menos posso fazer um último pedido?
Deus, na próxima encarnação, por favor, me traga ao mundo em um corpo masculino: inteligente, belo e sedutor e com um ótimo saldo no banco. Sem esquecer de um pequeno, mas importante detalhe: para que eu não seja alvo de moçoilas casadoiras ou mulheres raivosas, por óbvio, me faça gay. Merci!

Ilustração: Orlanderli

12 commentaires:

Adriana Hanna a dit…

Ahahahahahahaha, adorei esse post.
Ingrid, seu último pedido me fez lembrar da revelação de um amigo gay.
Disse-me que um dos seus parceiros, o casado, desceu a lenha nele:

- Pô, cara, eu te procurei pensando encontrar alguém menos pirado e grudento que minha mulher, vem você e faz o mesmo papelão.

Ou seja, nem os gays se salvam, Ingrid. Portanto, ajuste o pedido, hahaha.
Beijo, boa semana!

Anonyme a dit…

Hola Ingrid. Dinheiro sempre é necessário e mais que necessário para nós, mulheres... Aqui vem o inverno... Já estou com um olho nos catalogos de moda e outro na minha conta bancaria... =( Dá pena! Se minha vontade coincidisse com a minha conta, tudo seria perfeito...rs

besitos

Marcia Barbieri a dit…

Adorei,e o fim é muito engraçado.
Os saldos negativos tbém me assustam...

beijos ternos

Lidiana de Moraes a dit…

Sua mana Lidi manda avisar que não poderá comentar este post parce que ela teve correr para o toillet porque estava se mijando de tanto rir!!!

O empírico a dit…

Muito bom o texto, no entanto prefiro que você continue sendo moça. ;)

lu castilhos a dit…

Tô na roda. Também quero estar na mesma fila que tu quando formos nascer de novo :D
Beijos!

José Elesbán a dit…

Cara Ingrid,
Finalmente acabei por fazer aquela síntese que eu tinha te dito. Não deve ser dos meus melhores textos, mas, enfim, era o que precisava ser expressado.
Aguardo tua visita no Voltas em Torno do Umbigo.

João Videira Santos a dit…

Acabei sorrindo,mas...gostei!

pianistaboxeador21 a dit…

Dia-a-dia. Dívidas. Números e etc... etc... etc... ser humano não é fácil. Gostei da crônica, num contraponto eu nunca fui bom em matemática, nem em todo o resto. Ainda bem que não tenho mais que receber o boletim, ou tenho.

Desculpe a demora. É que andei pra lá de ocupado. Quanto ao texto Saulo e Ana, não me lembro de ter publicado em outro lugar antes.

Belíssima crônica,

Abraço,

Daniel

Anonyme a dit…

Bah, nem fale, meu déficit de atenção é tireoideano. Não é só a comilança que está fazendo meu peso aumentar....

Tu tá fina, lendo Sartre...

Ah, Bergman, quer nascer hanitué do Beco na próxima encarnação? se joga, weeee

Abs

José Elesbán a dit…

Valeram os comentários.
A gente tá sempre aprendendo!
:)

Anonyme a dit…

se vires algum universitário com saldo no banco, me avise pois gritarei aos quarto ventos: É uma cilada Bino, e correrei para as colinas!
OBS.:Tu já é um homem: gay e em um corpo de mulher!