Já passa de uma da manhã e minha vizinha decide cozinhar. Não bastasse o odor da comida, posso ouvi-la revirar o alimento na panela. O barulho e o cheiro são de fritura. Há algo com alho também, não sei ao certo. A cozinha nunca foi meu ambiente preferido. Pelo visto, nem o dela, já que o fogão fica do lado de fora do apartamento. Aliás, é exatamente por isso que consigo ouvir e sentir tudo o que ela faz, ainda que eu esteja, em meu quarto, há duas peças de distância e um andar acima do local onde ela cozinha, no prédio ao lado. Maldita janela aberta ou serão meus sentidos excessivamente aguçados?
Se bem que não posso reclamar. O dia foi tranqüilo. Não me droguei, por tabela, como de costume, ao entrar no banheiro. Sabe como é, o vizinho de baixo adora uma marihuana. E, mais do que isso, seu local preferido para acender um baseado é o toilette. Só pode ser, porque é de lá que vem aquele aroma tão "agradável" que empesteia a casa toda. Às vezes fico pensando que se fosse chegada no bagulho nem precisaria gastar dinheiro ou me arriscar em bocas-de-fumo. Bastaria colocar a cara no exaustor e pronto. Seria uma maravilha, não?
Fora isso, posso dizer até que eles são legais. Quase sempre retribuem os cumprimentos, embora as moças tenham o habito de fechar a porta na cara de qualquer pessoa, sem esperar um milésimo de segundo por quem está atrás. Pobrezinhas, vivem tão apressadas. Exceto, claro, quando faço a gentileza de segurar o portão. Aí sim, elas podem desfilar com toda a calma e charme que deus lhes concebeu. Quem mandou ser educada? Ninguém pediu para esperar, agora agüenta!
É preciso ter tolerância para viver em um edifício. Saber que os outros não são os únicos com manias irritantes. Sei que também faço barulhos. Sobretudo quando decido limpar a casa de madrugada, ainda que minhas faxinas sejam raras. Pois é, ninguém escapa. Então, o melhor a fazer é relaxar, fechar a porta e ligar o som bem baixinho. Quem sabe isso me ajude a ir para cama ou, ao menos, atualizo o Arquivos.
Se bem que não posso reclamar. O dia foi tranqüilo. Não me droguei, por tabela, como de costume, ao entrar no banheiro. Sabe como é, o vizinho de baixo adora uma marihuana. E, mais do que isso, seu local preferido para acender um baseado é o toilette. Só pode ser, porque é de lá que vem aquele aroma tão "agradável" que empesteia a casa toda. Às vezes fico pensando que se fosse chegada no bagulho nem precisaria gastar dinheiro ou me arriscar em bocas-de-fumo. Bastaria colocar a cara no exaustor e pronto. Seria uma maravilha, não?
Fora isso, posso dizer até que eles são legais. Quase sempre retribuem os cumprimentos, embora as moças tenham o habito de fechar a porta na cara de qualquer pessoa, sem esperar um milésimo de segundo por quem está atrás. Pobrezinhas, vivem tão apressadas. Exceto, claro, quando faço a gentileza de segurar o portão. Aí sim, elas podem desfilar com toda a calma e charme que deus lhes concebeu. Quem mandou ser educada? Ninguém pediu para esperar, agora agüenta!
É preciso ter tolerância para viver em um edifício. Saber que os outros não são os únicos com manias irritantes. Sei que também faço barulhos. Sobretudo quando decido limpar a casa de madrugada, ainda que minhas faxinas sejam raras. Pois é, ninguém escapa. Então, o melhor a fazer é relaxar, fechar a porta e ligar o som bem baixinho. Quem sabe isso me ajude a ir para cama ou, ao menos, atualizo o Arquivos.
Ilustração: Bebel Callage.
10 commentaires:
Excelente história. Cotidiana e verdadeira. L'enfer sont les autres. Disse o Sartre, que alías está na sua leitura da semana. Boa leitura.
Quanto ao vizinho de baixo, aquele do banheiro, deve ser um cara bem sossegadão, ou estou enganado?
abraços,
Daniel.
Ótima lembrança, Daniel. Como pude me esquecer de uma das mais famosas frase de Sartre? Teria colocado de título: "L'enfer, c'est les autres". Se não me engano é de 'entre quatro paredes'. Acho que foi assim que traduziram o título do livro. Bem, não sei. Náusea é a primeira obra dele que leio, então... veremos. Você já leu náusea?
Bom, tenho aula agora, mas na volta passo lá em sua página, para ler seu mais recente post. Super abraço.
Ingrid,
adorei o texto,li junto com o Daniel,só não comentei pq. tou cheia de coisas,às vezes, demoro pra comentar.Eu leio antes e quando tenho tempo comento,espero que não fique magoada. Pois gosto muito de você.
Beijos ternos
Imagina, Marcia. Jamais ficaria magoada por isso. Eu vivo fazendo o mesmo. Às vezes a gente não tem (mesmo) tempo pra comentar, em outras nem muito assunto. Apenas lemos e gostamos ou não e daquilo nos basta. Nunca ficaria chateada por isso. Ver meu contador funcionar já me deixa super feliz. Os comentários são (apenas) extras - muito bem vindos, por sinal -, mas jamais devem ser vistos como uma imposição. Por favor, não se sinta obrigada a nada, ok?! Super abraço procê.
bem lembrado pelo pianista boxeador que o inferno são os outros... eu moro num condominio fechado no meio do mato, perto de sp e os vizinhos cismam de sempre jogar restos das jardinagens de suas casas num terreno ao lado da minha casa, assoreando o mirrado riozinho que passa nele...ou seja , sempre temos motivos para reclamar da vizinhança! em tempo : adorei seu blog que não conhecia e fiquei honrado por nele estar linkado...estou retribuindo... bj
Sempre morei em casa... Mas acho que essas caixinhas empilhadas de amontoar gente não é o melhor lugar para se morar...
E A Nausea de Sartre é fooooda!
ingrid ... tem uma resposta ao seu simpático comentário lá no meu blog... abs
Ingrid,
deixei a resposta no meu blog,quero dizer,escreverei agora.Adianto apenas,que pode ficar à vontade pra comentar e perguntar o que quiser.
Beijos ternos pra você
Já li sim A naúsea Ingrid, mas sou meio atrapalhado com o Sartre. O que gosto mais é A idade da razão.
Abraço,
Daniel
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