Saudade é um sentimento estranho, concorda? As razões para sua manifestação são variadas: pode ser referente a uma pessoa, um objeto, alguma época ou prática; da mesma forma que há diferenças imensas no modo como cada indivíduo a percebe. Eu, por exemplo, tenho um jeito bastante peculiar de reconhecê-la. Só descubro que sinto falta de alguém quando a pessoa está perto de mim. Quando me afasto, me acostumo com a ausência.
Não lembro da última vez em que vi meu pai. Foi há mais de um ano, com certeza. Também não nos falamos por telefone. Liguei no dia dos pais, mas a ligação não pôde ser completada (estranho!). Antes disto, não recordo de outra tentativa neste ano (nem dele, nem minha). O que não significa, absolutamente, que deixamos de amar um ao outro. Apenas que a distância nos fez perder o contato, temos pouco o que falar, e nos basta saber que está tudo bem. Apenas quando o vejo, constato que senti falta dele.
Quando meu irmão e irmã saíram de casa (para morar em outra cidade, casar etc), aconteceu a mesma coisa. Hoje, com todos morando na mesma urbe, o convívio foi refeito e, por conseqüência, tenho uma necessidade maior de conversar com eles. E assim é sempre.
Às vezes me pego lamentando pelo que não fiz no passado e a carência, dos dias em que estava muito longe de me tornar uma balzaquiana, aperta meu coração. Contudo, sem sombra de dúvida, o que mais me deixa saudosa são as coisas que renuncio. Abandonar meu blog sempre me entristece muito. É como se uma parte de mim entrasse em coma. Pode até parecer exagero, mas é real.
Por mais que minha consciência tenha noção de que voltar depende apenas de mim, a tarefa não é tão simples. Quando começo a viver coisas novas no mundo real, acabo me distanciando do (meu) universo (particular) virtual. É inevitável. Até tento escrever crônicas e, por vezes, tenho muitas idéias para elas, porém, meu subconsciente me bloqueia. Começo diversos textos sem acabar nenhum, por achá-los ruins ou reveladores demais.
De fato, falo muito. E sempre dou aos assuntos um enfoque pessoal. O problema disso é que quando terceiros (conhecidos) têm acesso a esse conteúdo, nunca se saber se a interpretação por você desejada será a mesma por eles assimilada. Assim, corre-se um grande risco de incomodar alguém.
Sem contar que tenho crises por achar que a futilidade chegou em mim e parou. Pois, nunca escrevo a respeito de coisas importantes para a humanidade ou assuntos politicamente discutíveis. Na verdade, apenas acredito que alguns temas não valem a pena se debater ou que não tenho muito a acrescentar. Então, antes de falar bobagem, prefiro me calar. Todavia, nada disso elimina minha culpa ou mesmo minha saudade. Espero voltar em breve!
Não lembro da última vez em que vi meu pai. Foi há mais de um ano, com certeza. Também não nos falamos por telefone. Liguei no dia dos pais, mas a ligação não pôde ser completada (estranho!). Antes disto, não recordo de outra tentativa neste ano (nem dele, nem minha). O que não significa, absolutamente, que deixamos de amar um ao outro. Apenas que a distância nos fez perder o contato, temos pouco o que falar, e nos basta saber que está tudo bem. Apenas quando o vejo, constato que senti falta dele.
Quando meu irmão e irmã saíram de casa (para morar em outra cidade, casar etc), aconteceu a mesma coisa. Hoje, com todos morando na mesma urbe, o convívio foi refeito e, por conseqüência, tenho uma necessidade maior de conversar com eles. E assim é sempre.
Às vezes me pego lamentando pelo que não fiz no passado e a carência, dos dias em que estava muito longe de me tornar uma balzaquiana, aperta meu coração. Contudo, sem sombra de dúvida, o que mais me deixa saudosa são as coisas que renuncio. Abandonar meu blog sempre me entristece muito. É como se uma parte de mim entrasse em coma. Pode até parecer exagero, mas é real.
Por mais que minha consciência tenha noção de que voltar depende apenas de mim, a tarefa não é tão simples. Quando começo a viver coisas novas no mundo real, acabo me distanciando do (meu) universo (particular) virtual. É inevitável. Até tento escrever crônicas e, por vezes, tenho muitas idéias para elas, porém, meu subconsciente me bloqueia. Começo diversos textos sem acabar nenhum, por achá-los ruins ou reveladores demais.
De fato, falo muito. E sempre dou aos assuntos um enfoque pessoal. O problema disso é que quando terceiros (conhecidos) têm acesso a esse conteúdo, nunca se saber se a interpretação por você desejada será a mesma por eles assimilada. Assim, corre-se um grande risco de incomodar alguém.
Sem contar que tenho crises por achar que a futilidade chegou em mim e parou. Pois, nunca escrevo a respeito de coisas importantes para a humanidade ou assuntos politicamente discutíveis. Na verdade, apenas acredito que alguns temas não valem a pena se debater ou que não tenho muito a acrescentar. Então, antes de falar bobagem, prefiro me calar. Todavia, nada disso elimina minha culpa ou mesmo minha saudade. Espero voltar em breve!
Ilustração: Bebel Callage
6 commentaires:
se tem uma coisa que eu aprendi ao longo desses anos como blogueiro, é 'fodam-se os outros'.
falar bobagem é o canal.
mas voltando ao motivo original do meu comentário, finalmente tu atualizoooooou!
parabéns!!
estamos sempre aí na camufla!
ehsuea.
Beijo grande de melancia artificial sabor hortelã.
Ohhh, mais uma coisa em que somos gêmeas... eu tenho o costume de me habituar com a saudade...
O problema é qd me aproximod essas pessoas, não precisa nem ser pessoalmente, dai parece que meu coração chega a doer de saudade. Por isso que dificilmente tenho usado o MSN por exemplo. Dói, sabe?!
Mas a ausencia não significa que a gente sente menos saudade, né?!
Por isso sinto tanta saudade maninha!
beijos
Sinto saudade de tanta coisa que não fiz,por falta de tempo ou de método. Sempre uma bela crônica.
Beijos sempre ternos
Sem querer abri meu blog antigo (Instantaneoagora.) e vi um comentario teu. Lembrei de vir visitar :]
Pelo visto abandonaste o DIZem Bucha né?
E o Zaratustra, conseguiu ler? ^^
Se quiser uma indicaçao, procura 'Os Premios' de Julio Cortazar, é muuuito bom.
A saudade é uma das poucas certezas e verdades da vida.
A la joie
A la beauté des rêves
A la mélancolie
A l'espoir qui nous tient
A la santé du feu
Et de la flamme
À ton étoile
*(tá enferrujado moi françois ;D )
às vezes as pessoas pensam coisas muito semelhantes... meu post "ilusões perdidas" tem tudo a ver com esse...kiss
Huummm... Será que é por isso que a mais recente atualização deste blog é de dezembro de 2008?
De qualquer maneira, é satisfatório saber que o processo criativo continua, e que algumas coisas não são publicadas só pelos escrúpulos da autora.
Enregistrer un commentaire