Às vezes parece que estou vivendo em um corpo alheio. Que minha alma se perdeu (em algum momento) e outra pessoa assumiu o comando cerebral. Coisas que( jamais) se quer pensei em fazer, são praticamente rotina. Outras que desejava com veemência acabaram deixadas de lado. Tudo mudou. Mas, apesar de ter descoberto o que, de fato, é a felicidade, não sei se dentro de mim essa mudança foi (mesmo) para melhor.
Talvez a leitura de Minha razão de viver: memórias de um repórter, de Samuel Wainer, esteja provocando em mim um certo saudosismo precoce de minhas convicções profissionais e da dedicação que tive durante minha formação como jornalista. Em verdade, fôra de pouca valia todo o esforço, já que hoje não tenho emprego, meu diploma não vale nada e toda a experiência que adquiri está caducando. O problema é que já não sei mais o que fazer, o que quero ou para onde ir. Então, fico aqui, tentando me reencontrar e conhecendo melhor essa estranha pessoa que comanda minhas ações e que não deseja outra coisa se não aproveitar cada segundo deste mundo novo que o amor verdadeiro e recíproco lhe reservou.
Ilustração: Sujean Rim
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