lundi 8 juin 2015

Sem medo do público

Voltar a escrever não é uma tarefa fácil. Depois de algum tempo parado, você começa a desassociar pensamento e escrita. As reflexões do dia a dia já não são levadas para o papel/tela de computador. No máximo chegam até uma conversa mais aprofundada com alguém.
Você fica cada vez mais crítico. Tudo te incomoda. Nada parece bom o suficiente para ganhar espaço. O que você arrisca escrever parece não ter atrativos suficientes para alguém parar e ler. A tristeza bate e você se abate.
Daí você saí em busca de uma esperança: um texto de um desconhecido que lhe traga alguma luz. Uma vontade, uma coceira, qualquer coisa que te leve ao teclado. Mas a única coisa que encontra é chorume e raiva sendo propagadas e, muitas vezes, glorificadas por um público acéfalo.
Acéfalo? Será? Será que esse público realmente não tem cérebro, não raciocina, não distingui o bom do ruim? Ou será que foi você que se deixou contaminar pela raiva crítica daqueles que só reclamam sem nada fazer? Nada produzir. Nada ser. Nada!
Não, você não quer ser um nada. Lá no fundo, você sabe que tem o que dizer. Que pensar demais em tudo, apesar de te trazer sofrimento, te ajuda de alguma forma a entender um pouco melhor algumas ações e reações sociais. Com esse conhecimento adquirido você pode ajudar outros a também entenderem ou, ao menos, a perceberem que não são os únicos com determinados pensamentos ou dilemas.
Tá bom! Então, agora, chega de bloqueios. É só sentar na frente da tela e deixar o texto fluir. Sem medo da folha em branco, sem medo de críticas, sem medo da relevância, sem medo do público ou da falta dele.
Ok. Acho que consigo. Sim, eu consigo!

mardi 16 avril 2013

A velha história em uma roupagem pós-moderna


Maria amava Pedro, que amava Juçara, que amava Eduardo, que amava Maria. Maria não dava bola para Eduardo e sabia que Pedro amava Juçara. Mas quem pode controlar o amor? Talvez nem mesmo o tempo seja capaz.

Porém, um dia Maria conheceu Arthur que amava Bianca. Mesmo sabendo desse amor, Maria amou Arthur. O resultado disso foi que mais uma vez Maria ficou sozinha, reclamando da sua sorte maldita. Sorte essa que mudaria em breve, ainda que Maria não tivesse como saber disso. A mudança veio por meio de uma amiga que apresentou Mateus à Maria.


Mateus não era fotogênico, mas dava o maior caldo ao vivo e a cores. Maria resolveu dar uma chance a essa relação e convidou Mateus para sair. Eles saíram, ficaram, ficaram, ficaram e um belo dia eles se olharam de um jeito diferente. Ambos estavam apaixonados.  Maria aprendeu a amar Mateus e Mateus aprendeu a amar Maria.

Maria descobriu um mundo novo com Matheus. Descobriu que a felicidade estava nas pequenas coisas e na relação que os dois construíram juntos. Maria finalmente estava feliz. Ela amava muito Mateus e acreditava que Mateus era também louco por ela.



Um belo dia, porém, Mateus saiu do armário. Maria que amava Mateus incondicionalmente viu naquela revelação uma nova possibilidade. Não julgou Mateus por ele ter escondido dela sua homossexualidade. Afinal, antes de esconder dela, ele escondera do mundo e vivia infeliz por isso. Agora, Mateus poderia ser feliz e Maria queria a felicidade e Mateus mais do que tudo. 

Maria acreditava que a revelação de Mateus faria com que a relação deles ficasse ainda mais forte. Começou a rever seus conceitos sobre o amor, sobre relações monogâmicas e sobre tudo o que quase todo mundo acredita que está ratificado.

Maria queria estar com Mateus sempre. Fosse como fosse: como amiga, como amante, como confidente, como aquela para quem ele fosse correr sempre que precisasse de alguém.


Maria acreditou nos desejos que Mateus dizia ter. Mas, quando Maria revelou a Mateus que o aceitava incondicionalmente, Mateus teve medo. Medo de que Maria sofresse além do necessário só para ficar com ele. Então, Mateus resolveu se afastar. Bloqueou Maria nas redes, deixou de convidá-la para sair e evitava ao máximo vê-la. Retomou suas amizades e criou um núcleo só dele, sem o menor espaço para Maria. Enfim, aprendeu a tirar Maria de sua mente.

Maria tentou intensamente reverter aquela situação. Não queria, de forma alguma, perder o vinculo que os unia. Lutava como Joel, de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, para não perder tudo aquilo que havia construído com Mateus.



Mas Mateus estava decidido. Não era para Maria que ele corria quando algo lhe acontecia. Não era mais Maria quem ele chamava para almoçar. Não era com Maria que ele conhecia novos lugares. Maria estava ali, como alguém para quem podia correr, mas alguém a quem ele não queria ver.

Mateus sofria por ver o sofrimento de Maria. Queria que Maria amasse outros, que não desejasse mais vê-lo. Pior, Mateus achava que Maria tinha que sentir raiva dele. E para isso, se fosse preciso, ficaria até com outra menina. Afinal, só isso magoaria Maria definitivamente. Ao ouvir isso Maria ficou ainda mais triste. Achou que talvez Mateus estivesse mesmo pensando em ter novas experiências com mulheres. Talvez até já tivesse um alvo em mente e ela sabia que não teria como evitar isso.

Maria deu seus últimos suspiros de luta. Continuou buscando uma amizade que talvez nem mesmo pudesse existir. Mas a cada encontro percebia um afastamento maior. Uma certa repulsa, sobretudo em público, que a entristecia. 


Porém, foi o descaso com suas histórias que fez com que a ficha caísse. Demorou, mas Maria entendeu. Não existe mais Mateus e Maria: nem como amores, nem como amigos, nem como nada. Afinal se namorada sem amor, é nada. Amor, sem nada, também não é (ex)namorada. O difícil é aceitar e não tentar voltar atrás.

lundi 12 septembre 2011

Avassalador 11/09

2001: caem as torres gêmeas em NY.
2011: o (meu) mundo desaba.
E as ilusões? São (sempre) minhas.

vendredi 21 janvier 2011

Enganação ou estratégia possível

O começo do ano traz sempre uma série de eventos que já são típicos da época. Um bom exemplo deles sãos as promoções de verão que invadem as vitrines de todas as lojas anunciando descontos de ATÉ 70%. Desavisados que entrarem nestes estabelecimentos se achando sortudos podem correr o risco de sair dali com as mãos vazias, ou com a conta bancária no vermelho. Afinal, as peças que amamos nunca possuem os tão pronunciados -70%. Talvez seja o caso de comemorar se elas estiverem com alguma porcentagem a menos. Contudo, às vezes, nem mesmo assim o consumidor estará sendo gratificado, já que muitas lojas costumam praticar a burla.
Peças que por ventura estejam com 50% de desconto podem ter tido seu preço original alterado para dar a falsa impressão de um super desconteo Quem já não se deu conta disso?
Outra prática, pelo visto bastante comum, é diminuir o valor do desconto, caso a peça esteja com uma boa saída. Dia desses recebi por e-mail um newsletter anunciando a promoção de uma sapatilha (imagens abaixo) que eu já havia comprado (por ter recebido um outro newsletter), há dois meses, por um preço bem mais baixo do que o anunciado hoje. Ou seja, eles reduziram o desconto, mas continuam anunciando como promoção, já que o preço “original” do produto não sofre alteração. Assim, a propaganda não pode ser considerada enganosa, já que eles repassam o desconto sobre o preço original, ainda que quem tenha efetuado a compra do produto anteriormente tenha pago bem menos. Sacanagem isso, não? Afinal, apesar das sapatilhas continuarem com um preço SUPER acessível, esse foi apenas um exemplo que usei por ter como provar tal prática. Agora, imagina quantas vezes isso não ocorre por aí, com valores bem mais altos? Fiquem de olho. 


Ilustração: Sujean Rim

mardi 11 janvier 2011

Marrom Bombom

Ás vezes me bate uma vontade louca de escrever, mas quase sempre eu espero a vontade passar. Fazia muito isso antes de criar meu primeiro blog, em meados de 2002. Depois dali, nunca mais tinha deixado um pensamento passar sem codificá-lo em post.  Ao menos até começar a namorar. Na verdade um pouco antes disso eu já tinha parado de escrever tudo. De qualquer forma isso não é o mais relevante neste momento, nem o motivo pelo qual estou escrevendo. O que me traz de volta ao blog, de fato, além da vontade de compartilhar pensamentos, é a minha nova cor. Tô nega! Sim, negona, eu sequer reconheço meu braço quando olho pra ele.
O irônico é que eu tinha desistido totalmente de pegar uma corzinha. Estava completamente feliz com a minha palidez inerente – desde aquele contraste maravilhoso que adquiri junto ao meu vestido vermelho da formatura (em jornalismo) em 2007 – e nem me preocupava com as pessoas me dizendo “vai tomar um sol, guria”.
Sempre achei deprimente ficar tomando sol, rolando que nem croquete na areia. Nunca fiz isso. Ao contrário, no máximo aproveitava o mar. Neste final de semana não foi diferente. Passei os dias dentro do marzão adorável ou da piscina quentinha de um hotel em Lagoinha-SC. Tudo, claro, com muito protetor solar fator 30. Juro, passei direitinho, várias vezes ao dia, não me expus ao sol entre meio-dia e quatro da tarde e ainda assim fiquei vermelha. Tá, tá,  no domingo eu abusei um pouquinho e fiquei até às 13h no mar. Mas isso foi só porque estávamos indo embora. O resultado foi um total desconhecimento de minha pessoa. É bizarro olhar no espelho e não ver mais aquela brancura reluzente. Minhas pernas não estão assim “marrom bombom”, mas também não cegam mais ninguém. Agora, meus ombros... Meu deus, tô até com medo. Só não tiro fotos para mostrar no blog porque não tenho câmera e a do PC não mostra direito.  Acredito que meus amigos não me reconheceriam mais nas ruas.  Eu não me reconheceria.

Ilustração: Sujean Rim.

mercredi 29 décembre 2010

Último post do ano


O ano está acabando e mais uma daquelas maratonas de filmes natalinos invadem a programação televisiva provocando uma sensação generalizada de nostalgia. Eu até que gosto disso. Ficar inerte em uma cama, deixando as horas passar, apenas esperando se comover com as histórias que já assistimos um trilhão de vezes, não me parece assim tão reprovável – ao menos nesta época. Hoje, mais uma vez estou aqui, me comovendo com o conto da adorável “pobre” livreira que perde sua lojinha, depois de 42 anos de dedicação aos livros, absorvida por um gigante do ramo.
Mensagem Para Você é uma daquelas películas que grudam na mente da gente e não adianta fugir. Sempre que passa na TV, não consigo deixar de ver e achar uma gracinha de filme. Digam o que quiserem, acho a Meg Ryan uma fofa (desde Por Trás Daquele Beijo) e Tom Hanks com seu jeito mongolão (no bom sentido Hanks) formam, nesta narrativa, o par perfeito. A gente torce para eles ficarem juntos e que talvez algo assim possa acontecer conosco também. Sei lá, quem sabe eu seja apenas uma emo (como diria m eu lindo) disfarçada e ao invés de escrever um super post para fechar o ano, apenas comento algo sem maior relevância para humanidade.
Bem, essa sou eu. Feliz ano-novo a todos que não entram no meu blog (e para os perdidos que chegam até aqui por engano).

mardi 16 novembre 2010

Impossibilidades


Numa tarde dessas minha mãe veio braba da sala, com aquele ar de “lá vem bronca”, e me disse bem séria: “Se um dia tu pensares em ter filhos, tu nem sonhes em ter desejos. Pois, basta tu querer alguma coisa para aquilo sumir das prateleiras!”.
Não lembro exatamente o que tinha pedido para ela comprar, acho que foi milho (sim, algo simples e fácil de achar), sei lá. O fato é que sempre que começo a consumir algo, ou tenho vontade de comprar, nunca encontro. Ou porque pararam de fabricar ou porque meu nº está em falta. É sempre a mesma coisa. Com calçados, então, não falha. Eu ADORO sapatos, mas não compro qualquer um. Aliás, sou muito criteriosa e tenho um gosto bastante peculiar, o que só agrava a minha falta de sorte em achar meus objetos de desejo. Esses dois tenizinhos aí de cima, eu até encontrei em lojas (no Brasil e na Argentina), o problema foi mais uma vez meus pezinhos de anjo. Eles tinham o meu nº (37), no entanto, a forma dos bonitinhos era um pouco menor do que a de costume, aí o ideal seria um nº acima do meu que, claro, não havia nas lojas. Assim, mais uma vez fiquei só querendo. Coisa triste, não?