lundi 8 juin 2015

Sem medo do público

Voltar a escrever não é uma tarefa fácil. Depois de algum tempo parado, você começa a desassociar pensamento e escrita. As reflexões do dia a dia já não são levadas para o papel/tela de computador. No máximo chegam até uma conversa mais aprofundada com alguém.
Você fica cada vez mais crítico. Tudo te incomoda. Nada parece bom o suficiente para ganhar espaço. O que você arrisca escrever parece não ter atrativos suficientes para alguém parar e ler. A tristeza bate e você se abate.
Daí você saí em busca de uma esperança: um texto de um desconhecido que lhe traga alguma luz. Uma vontade, uma coceira, qualquer coisa que te leve ao teclado. Mas a única coisa que encontra é chorume e raiva sendo propagadas e, muitas vezes, glorificadas por um público acéfalo.
Acéfalo? Será? Será que esse público realmente não tem cérebro, não raciocina, não distingui o bom do ruim? Ou será que foi você que se deixou contaminar pela raiva crítica daqueles que só reclamam sem nada fazer? Nada produzir. Nada ser. Nada!
Não, você não quer ser um nada. Lá no fundo, você sabe que tem o que dizer. Que pensar demais em tudo, apesar de te trazer sofrimento, te ajuda de alguma forma a entender um pouco melhor algumas ações e reações sociais. Com esse conhecimento adquirido você pode ajudar outros a também entenderem ou, ao menos, a perceberem que não são os únicos com determinados pensamentos ou dilemas.
Tá bom! Então, agora, chega de bloqueios. É só sentar na frente da tela e deixar o texto fluir. Sem medo da folha em branco, sem medo de críticas, sem medo da relevância, sem medo do público ou da falta dele.
Ok. Acho que consigo. Sim, eu consigo!