jeudi 27 mars 2008

Lacuna


Pediram-me para preencher os pontinhos: “Ser jornalista é ...”. Pus-me, então, a pensar:

Ser jornalista pode significar muita coisa, porém, nada tão especial quanto se possa supor, caso se deixe levar pela ilusão de quarto poder ou dos super-heróis. Embora, seja indiscutível, que ultrapasse a questão da posse do diploma de um curso de comunicação.
É ter uma curiosidade extra e certa necessidade de expressão, vontade de mostrar o “mundo” aos outros, ser lido/ouvido/visto e entendido e achar que isso vale mais do que dinheiro no bolso.
Gay Talese, um dos grandes nomes do (novo) jornalismo americano dizia que: em sua maioria, os jornalistas são incansáveis voyeurs que vêem os defeitos do mundo, as imperfeições das pessoas e dos lugares. Uma cena sadia, que compõe boa parte da vida, ou a parte do planeta sem marcas de loucura não os atraem da mesma forma que tumultos e invasões. (...) A tristeza é o jogo, o espetáculo, sua paixão, a normalidade, sua nêmese”. Ainda assim, creio que é possível achar na normalidade algo além de um adversário. Aliás, é o que o próprio Talese nos mostra em seus livros. Então, diria que, ser jornalista é encontrar particularidades em algo comum e sentir prazer ao apresentá-las ao mundo.

No entanto, conversando com um amigo e revoltada com minha falta de objetividade (antes uma de minhas melhores características), tive um insight:

Ser jornalista é ser um eterno insatisfeito.

E assim, embora tenha enviado o e-mail apenas com a primeira resposta, posto aqui ambas, para que meus quase 5 leitores possam decidir qual acham melhor.

Ilustração: Bebel Callage

dimanche 2 mars 2008

Who will be the first to surrender?


Enquanto grande parte de meus estimados colegas se preocupam com a corrida eleitoral nos Estados Unidos e a Rússia escolhe o substituto de Vladimir Putin, eu me espanto com a criatividade dos franceses. Sim, sempre eles (por aqui). Quem mais poderia elaborar um perfume tão excêntrico quanto o odor do ato sexual?
O Sécrétions Magnifiques recria os odores do sangue, do suor, da saliva e do sêmen, além de possuir, na fórmula, essências de sândalo e côco. A responsável pela produção é a empresa Etat Libre d'Orange, especialista em fragrâncias exóticas, que dispõe de um catálogo bastante provocativo, com misturas inusitadas como jasmim e tabaco (Jasmin et Cigarette, outro famoso parfum da marca).
Assinado pelo perfumista Antoine Lie (que já tentou reproduzir o cheiro do ouro em Comme des Garçons 8 88, e produziu fragrâncias famosas de Giorgio Armani) Secreções Magníficas foi classificado como “subversivo, perturbador e capaz de provoca adesão ou rejeição total” pela própria Etat Libre d'Orange.
A nova atração da famosa loja Harvey Nichols, em Londres, saí pela bagatela de 55,00€. E assim como provoca a empresa, eu lhes pergunto: quem será o primeiro a se render?



Outras informações: Etat Libre d'Orange
Fonte:
BBC Brasil
Ilustração: Moidsch