lundi 21 septembre 2009

Só porque a gente adora...

Relicário (Composição: Nando Reis)

É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o A de que cor?

O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou

E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Como um gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou

O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso deste amor

Corre a lua porque longe vai?
Sobe o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite

Porque está amanhecendo?
Peço o contrario, ver o sol se por
Porque está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for

Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura: o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou

O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor, ôôôô...
O que você está dizendo?
Um relicário imenso deste amor

O que você está dizendo?
O que você está fazendo?
Por que que está fazendo assim?
...está fazendo assim?

Ilustração: Bebel Callage

vendredi 18 septembre 2009

Jogo dos Sete erros (quem imita quem?)

Será que a grana 'tá tão curta que estão dividindo designers?


Via Uno




Datelli

lundi 14 septembre 2009

Apenas mais um texto (vazio)


A hora de mudar a capa do livrinho ali do lado passou há tempos, mas minha ausência no mundo virtual me impedia. Foram tantas coisas lidas no semestre passado,e tantas coisas por ler nesse que fiquei sem tempo ou mesmo vontade de mexer aqui. Queria ler mais para falar melhor sobre as coisas. Porém, se for esperar é provável que não comentarei nada. Então... lá vamos nós.
Estou lendo Madame Bovary a conta-gotas. Confesso que sou uma leitora um tanto lerda e quando não consigo me envolver na trama essa lentidão se agrava. De qualquer forma, quarta-feira terá uma aula dedicada a Gustave Flaubert e sua “obra prima”, assim ficarei sabendo tudo o que aconteceu com a insatisfeita Emma. Aliás, já soube que ela morre no final e é provável que vários leitores tenham ficado em êxtase com isso. Fato é que o ritmo do livro não agrada muito e uma vida insossa menos ainda (ta, eu sei que to ainda na segunda parte... mas, não sei não). Talvez na quarta eu descubra o porquê de tanta apreciação a este livro (embora acredite que somente quando eu o ler em francês veja alguma beleza real). Implicância com os clássicos é um saco. Mas, fazer o quê.

Contento-me em saber que a insatisfação não se dá com todos. Afinal, muitos já se salvaram. Um deles é Dom Casmurro. Depois de ver a minissérie da Globo e ter ficado maravilhada com aqueles cenários e a forma narrativa, me entreguei a Machado de Assis e encontrei nele um possível escritor favorito. As críticas que ele fazia a outros livros e escritores também são bastante interessantes. Sempre muito bem embasadas e gostosas de ler, tanto que nem mesmo os autores criticados por ele – como Eça de Queiros – ficaram de todo chateados. Se tivesse mais tempo para me dedicar a leituras extras adoraria ler mais coisas dele. O fato é que depois de entrar no curso de Letras minha lista de obras a ler só tem aumentado, ainda que minhas horas de leitura também estejam no mesmo ritmo. Quanto mais leio, mais coisas tenho por ler, o que acaba me perturbando um pouco. Mas, um dia eu chego lá.


Ilustração: Silja Goetz

mercredi 2 septembre 2009

Quanto ainda existe da velha-eu aqui


Minha vida mudou tanto no último ano que não tive (apesar de meu cérebro estar em constante funcionamento) tempo para pensar o que isso provocou em mim. Quanto ainda existe da “velha-eu” aqui?
Vi-me fazendo coisas que jurava jamais pensar sequer na possibilidade. Fiquei irritantemente mais sensível e chorona. Muitas de minhas certezas viraram pó e perdi um pouco daquela obsessão profissional. A carreira continua sendo importante, mas não meu único objetivo. Isso me perturbou um pouco, já que sempre me imaginei envolvida em guerras.
Bem, talvez eu já estivesse bastante abalada pelas desilusões que havia tido e a descoberta de um novo mundo só ajudou a levar ao ostracismo a idéia de viver em áreas de conflitos.
A parte boa disso tudo é que descobri a felicidade que achava inexistente em mim e o prazer de fazer (também) alguém feliz. Comecei a viver mais o presente e não me preocupar/preparar apenas com/para o futuro, guardando a vida para depois.
O problema é que fiquei meio perdida neste turbilhão de novas emoções e meu destino se mostrou ainda menos claro, deixando-me apenas uma convicção: seja onde for, é ao lado dele que eu quero estar.

Ilustração: Bebel Callage