
Eu não namorava na época, nem sabia muita coisa sobre a vida a dois, mas achei aquela a representação perfeita do amor: começo, meio, fim, recomeço etc.
Adam, o amor relevante, não era nenhum galã. Aliás, se fossemos levar em conta os padrões estéticos em voga hoje, poderíamos até dizer que ele era o oposto do sonho de consumo de qualquer mulher.
No entanto, Jon Favreau conseguiu dar ao personagem um charme irresistível. Acredito que tenha sido a semelhança com a vida real a responsável por me fazer considerar aquela comédia boba tão legal. A graça era por eles não estipularem metas, nem se prenderem a padrões sociais ou a falsos moralismos. A primeira vez que Kate (Famke Janssen) soltou um pum na cama, por exemplo, ao invés de reprová-la ou achar aquela ação nojenta, Adam a abraçou rindo. Sabe o que isso significa? Intimidade. E intimidade embora pareça, às vezes, nojenta para quem está de fora, é uma delícia para aqueles que desfrutam dela sem medo. Posso ver isso com ainda mais nitidez hoje, pois achei meu Adam. A diferença é que o meu (além de não se chamar Adam) é LINDO.