dimanche 20 avril 2008

Apenas uma vez


Algumas canções são, por vezes, cartas de amor que nunca tivemos coragem de escrever. Declarações jamais enviadas aos ocupantes de nossas mentes. Ainda assim capazes de trazer uma espécie de alívio aos corações suplicantes por aquele único toque, que pode nunca acontecer.
Para percebê-las desta forma basta um pouco de sensibilidade. Romantismo é desnecessário, embora, se estiver presente, tenda a potencializar tal efeito.
É um pouco isso o que ocorre, também, ao assistir Apenas uma vez (Once), de John Carney. A película irlandesa é como um afago à alma. A prova de que não é preciso mais do que sentimentos para uma bela história. Se na prática nada acontecer, os momentos desejados serão suficientes para torná-la eterna.


Sendo assim, o longa pode parecer um tanto amador, a fotografia não ser atraente (estas fotos enganam) e os personagem desprovidos de alcunhas. O sotaque dos protagonistas pode ser engraçado e de repente nem seja necessário compreender o que eles falam, basta sentir tudo o que a interpretação e a melodia são capazes de transmitir.
Pronto, o espectador foi conquistado e sairá da sala de projeção achando que aquelas duas almas não tinham nada além de vidas apagadas e sonhos desfeitos pelas desilusões do passado (um pouco como nos mesmos). Mas um encontro, mesmo entre criaturas tão desprovidas de atrativos imediatos, é capaz de trazer a inspiração e o prazer de compartilhar cada pequeno momento com alguém que possa sentir o mesmo. E, talvez por isso, fique por muito tempo com aqueles versos tocando sem parar em sua mente: “I don't know you, but I want you all the more for that…” (Eu não te conheço, mas te quero ainda mais por isso). Então assistam e anseiem pelos braços deste(a) desconhecido(a).


FALLING SLOWLY
(Glen Hansard e Markéta Irglová)

I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react
And games that never amount
To more than they're meant
Will play themselves out

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you have a choice
You've made it now

Falling slowly, eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me and erase me
And I'm painted black
You have suffered enough
And warred with yourself
It's time that you won

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now
Falling slowly sing your melody
I'll sing along.



* Sim, antenados de plantão, esta música ganhou o Oscar de Canção Original.

3 commentaires:

Lidiana de Moraes a dit…

Eu adoooorooo o Glen e a Markéta!
Eles estão na trilha do I'm not there também! Amo!
E ai? festa no weekend? hehehehe

Liciane Brun a dit…

Ingrid! Depois de séculos, te respondo que tu tinhas pedido dia desses no meu blog. Eu faço jornalismo aqui em Sta Maria, na UNIFRA, é a franciscana daqui.
Fazia tempo que não passava por aqui! hehe, gostei dos teus textos.
Bjos, Lici

Anonyme a dit…

Filmaço...

Bjo