lundi 16 juin 2008

A exceção


Para toda regra uma exceção. E nesta a prova de que minha implicância com clássicos não é conseqüência de uma suposta falta de requinte intelectual, trata-se apenas de incompatibilidade. Do contrário não teria tanta satisfação ao ler O Retrato de Dorian Gray.
A incontestável genialidade de Oscar Wilde, ligada a uma espécie de Déjà vu, fizeram desta obra o meu éden noturno, nos primeiros dias do mês. A história da tela que envelhece enquanto o retratado nela conserva sua beleza fez parte de meu imaginário infantil. Não lembro onde, nem quando ou como ouvi essa narrativa. No entanto, bastou Dorian Gray enxergar-se na pintura de Basil Hallward e proferir o desejo de imutabilidade, ainda no começo do livro, para meus neurotrasmissores agirem. Lembrei-me imediatamente do desfecho da trama.
O enredo, porém, intrigava-me tanto quando a dúvida sobre onde poderia, eu, ter ouvido tal relato. Assim, toda a transcrição de Wilde, em particular os comentários ácidos de Lorde (Harry) Henry Wotton, foram degustados intensamente e as melhores frases copiadas para o meu caderno de anotações que, com prazer, compartilho, agora, com vocês! Pois, se de fato vivemos em um tempo em que as coisas desnecessárias são nossas únicas necessidades”, nada melhor do que um pouco de sarcasmo para driblar carências.

* “A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais”.
* “O apaixonado começa iludindo-se a si próprio e acaba enganando o outro”
* “Todos os caminhos vão chegar ao mesmo ponto: a desilusão".
* “As coisas de que temos certeza jamais são reais”.
* “Na incerteza é que está o encanto”.
* “A coisa mais comum, se [quando] a ocultamos é um deleite”.
* “O verdadeiro mistério do mundo é o visível, não o invisível”.

Ilustração: Moidsh

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